Produtores do Vale do São Francisco, no Nordeste do Brasil, temem um colapso no setor de fruticultura com prejuízos estimados em R$ 80 milhões por força das chuvas constantes na região, de dezembro do ano passado até abril deste ano, do aumento dos insumos agrícolas, do frete marítimo (mais de 60% de aumento) e aéreo, alertando para um quadro sem paralelo nos últimos 15 anos.
A fruticultura é a maior fonte de renda da região que engloba Pernambuco e Bahia, com mais de 2 mil fruticultores que dependem diretamente da atividade, que vem sofrendo também com a falta de energia elétrica nos periodos mais intensos das chuvas.
Outro ponto destacado pelos produtores rurais é o aumento da folha de pagamento dos trabalhadores, estimados em 100 mil direta e indiretamente envolvidos no setor da fruticultura, cujos reajustes ultrapassam 11%.
A maior preocupação está centrada nas culturas de uvas e mangas, responsáveis respectivamente por 99,9 e 96 por cento das exportações de frutas in natura do Brasil, para os mercados dos Estados Unidos, Europa, Canadá e países do Mercosul, principalmente Argentina e Chile, cuja movimentação estimada é de R$ 2,21 bilhões.
Em 2021 o volume de exportações no Vale do São Francisco atingiu 245 mil toneladas, sendo o Brasil o terceiro maior produtor de frutas do mundo.
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